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Parte I - Primeiro grande movimento

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iurybelchior
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Mensagem por Admin Sex Dez 16, 2016 2:04 pm

Boa tarde, pessoal. Espero que estejam todos bem. Iniciemos, então, a última aula de nosso curso, cujo tema principal é o poema que se diz ter fundado poeticamente a negritude. Diário de um retorno ao país natal, do martinicano Aimé Césaire, foi publicado, pela primeira vez, em 1939, mas demorou a encontrar a sua forma definitiva, que é essa a que vocês tiveram acesso, da edição da editora Présence Africaine, de 1956.

Os trechos disponibilizados do prefácio da edição francesa de 1947 dão a ver como Breton saúda o poeta, entendendo ser ele um dos seus, ou seja, um dos que “fazem rachar” a “armadura que asfixia”, não apenas o homem negro, mas toda a humanidade. Para Breton, com efeito, Césaire seria um “protótipo da dignidade”, realizando o que à “poesia autêntica” caberia realizar, como “intervenção” necessária, tanto no plano estético quanto no moral e no social. Com seu “poder de transmutação”, o poeta teria, a um só tempo, revelado as condições de que “toda uma coletividade foi vítima” e efetivado aquilo de que os surrealistas teriam feito “o primeiro artigo de seu programa”, isto é, dar o golpe de misericórdia ao que se pretende que seja o “bom senso”, arrogantemente identificado à “razão”.

É um longo poema, como vocês viram. Para o nosso debate, será proveitoso pensá-lo a partir da observação daquilo que poderíamos chamar de os “grandes movimentos do poema”, expressão de Lilian Pestre de Almeida, tradutora da edição brasileira que vocês têm, de quem usarei algumas colocações. Será pertinente, igualmente, termos em vista duas coisas que valeriam para todo o poema, perpassando cada um dos seus “grandes movimentos”, quais sejam: a constante alternância entre diástoles e sístoles, entendendo-se por diástole um movimento de expansão, e por sístole, um movimento de depressão; e a ideia de que a poesia da negritude tem que se haver, a todo o momento, com o fenômeno da “cisão de personalidade”.

Segundo a divisão do poema em três grandes movimentos, o primeiro iria da estrofe (ou trecho) inicial até a 46 ou 47, destacando-se, nele, nessa ordem, a “descrição das Antilhas”, a “primeira tentativa individual de evasão do espaço infeliz”, o “primeiro retorno (real) ao país natal” e o “inventário da raça negra”.

Pensemos, então, para começar, sobre esses quatro submovimentos dessa primeira parte do poema, sempre tendo em vista aquilo que acima eu disse ser recorrente em todo o texto: a alternância entre sístoles e diástoles e o fenômeno da “cisão de personalidade”. Teremos até às 15h para esse início de trabalho. E adianto que faremos uma pausa, por volta de 16h, para o cafezinho.

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Mensagem por iurybelchior Sex Dez 16, 2016 2:28 pm

Eu pensei sobre esses momentos, eles não são tão marcados no texto. Acho que isso até mostra a qualidade do poeta. Tento localizá-los e a “descrição das Antilhas” me parece muito mórbida, o que pode ser um movimento depressivo. Tudo é tão languido e rastejante... Tudo só começa, parece começar a se expandir, quando ele tenta partir. Uma das expressões marcantes é a de um homem judeu, seguida pelo movimento de idealizar o retorno. Acho que isso é um topos do exílio.

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Mensagem por iurybelchior Sex Dez 16, 2016 2:37 pm

O retorno real marca novamente uma depressão, não tem muito a ver com o retorno idealizado. A sensação que tive é de uma expressão que vi em um texto da nossa colega Lorena, "desexílio". O retorno, na verdade, corresponde a um outro lugar, embora geograficamente seja o lugar de origem.

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Mensagem por Lídia Generoso Sex Dez 16, 2016 2:42 pm

Pensar em movimentos de sístoles e diástoles realmente ajudou a entender os movimentos percorridos pelo poema, que a princípio geravam sensações e impressões bastante confusas. Não pude deixar de pensar sobre como a caracterização que o Sartre faz da negritude, como um instante temporalmente situado no movimento dialético, aparece na própria forma da poesia de Césaire. Há claramente uma afirmação da identidade que está condicionada por movimentos de sístole e diástole, as contradições estão presentes não só no conteúdo do poema mas também na forma como ele é construído. E esse movimento entre expansão e depressão aparece em cada um dos caminhos do poema que você aponta, tudo provoca afetos que estão entre o incrível e o desprezível, o belo e o sujo, a conquista e a reivindicação de um novo mundo e os limites crus e duros do "mundo real".

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Mensagem por iurybelchior Sex Dez 16, 2016 2:46 pm

Lídia Generoso escreveu:Pensar em movimentos de sístoles e diástoles realmente ajudou a entender os movimentos percorridos pelo poema, que a princípio geravam sensações e impressões bastante confusas. Não pude deixar de pensar sobre como a caracterização que o Sartre faz da negritude, como um instante temporalmente situado no movimento dialético, aparece na própria forma da poesia de Césaire. Há claramente uma afirmação da identidade que está condicionada por movimentos de sístole e diástole, as contradições estão presentes não só no conteúdo do poema mas também na forma como ele é construído. E esse movimento entre expansão e depressão aparece em cada um dos caminhos do poema que você aponta, tudo provoca afetos que estão entre o incrível e o desprezível, o belo e o sujo, a conquista e a reivindicação de um novo mundo e os limites crus e duros do "mundo real".

Concordo nisso, Lídia.
A relação dialética, de diferença e repetição, é muito evidente. Um verdadeiro "fort-da", para usar uma expressão freudiana...

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Mensagem por iurybelchior Sex Dez 16, 2016 2:50 pm

Estou sentindo falta da Raquel na discussão, ela tá com problemas técnicos. #SomosTodosRaquel Wink queen

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 2:54 pm

Iury, consegui chegar!!!!! A tecnologia estava me boicotando, mas após um longo e tenebroso inverno, cheguei!!!

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Mensagem por iurybelchior Sex Dez 16, 2016 2:56 pm

É interessante pensar também o movimento de expansão na tentativa do “inventário da raça negra”. Vocês acham que a identidade se consolida numa apropriação idealizadora ou há espaço pra falta? Achei muito instigante a questão da busca pelo que é seu e da morte...

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 2:57 pm

Creio que Césaire mostra um "crescendo" (para usar um termo musical, rsrs) em sua "evolução": ele começa de uma crítica ao seu país de origem e mostra como sua auto-estima (como indivíduo) e como cidadão vai crescendo...

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 2:58 pm

Acho que este "inventário da daça negra" sobre o qual você fala, Iury, é parte desse processo de (re)construção de uma auto-estima do autor, e de uma forma de ver o que a negritude traz das "virtudes dos ancestrais"

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Mensagem por AlineSilvAraujo Sex Dez 16, 2016 2:59 pm

Acredito que no primeiro movimento do poema o autor faz um panorama das recordações de seu país, as descrições de Cesáire oscilam entre a paisagem, as vezes bela e as vezes destroçada/segregadora, e a expressão de sua revolta. Na busca de sua "essência" ele mergulha nessas lembranças e angústias para tomar luz de seus verdadeiros valores como homem negro.

AlineSilvAraujo

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 3:02 pm

Concordo com Aline. E na página 61 ele diz: "mas que estranho orgulho de repente me ilumina?" Para mim, este é o "turning point" do poema...

raquelandrade

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Mensagem por iurybelchior Sex Dez 16, 2016 3:03 pm

AlineSilvAraujo escreveu:Acredito que no primeiro movimento do poema o autor faz um panorama das recordações de seu país, as descrições de Cesáire oscilam entre a paisagem, as vezes bela e as vezes destroçada/segregadora, e a expressão de sua revolta. Na busca de sua "essência" ele mergulha nessas lembranças e angústias para tomar luz de seus verdadeiros valores como homem negro.

O que é interessante é esse movimento de memória. A memória dele não é, digamos, uma "boa" memória. Pra ele adquirir a consciência de si ele precisa buscar essa memória ancestral, isso modifica muito a forma como ele vê a si mesmo...

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 3:05 pm

Movimento de memória e de reflexão... Ele passa por fase de auto depreciação, de aceitação, de resignificar o que é ser negro...

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 3:06 pm

É belíssimo, a partir da página 79, como ele diz que ele e seu país estão "de pé". Até culminar em "de pé e livres"...

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Mensagem por Admin Sex Dez 16, 2016 3:07 pm

Devemos ter cuidado com a questão da "essência", a qual se poderia relacionar a da "memória ancestral", bem como com a ideia de "turning point", quando se trata de um poema tão cheio de oscilações. São diversas as fases que se atravessa, com efeito, na jornada que o poema dá a ver.

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Mensagem por Admin Sex Dez 16, 2016 3:08 pm

Com relação aos contrastes entre a partida e o “retorno real”, uma coisa que se pode notar é como se vai além de um “projeto de engajamento romântico”, pois, se alguns traços desse se evidenciam, no movimento de partida, é o fracasso o que se torna saliente, no retorno. Depois, entretanto, o “inventário da raça negra” vai terminar com uma figura heroica, a de Toussaint Louverture (estrofe 46). É um pouco antes de sua aparição, no poema, que o termo “negritude” surge pela primeira vez: “[...] Haiti, onde a negritude pôs-se de pé pela primeira vez” (p. 31). E o estar de pé vai ser mesmo fundamental, no fim do poema.

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 3:10 pm

Admin escreveu:Devemos ter cuidado com a questão da "essência", a qual se poderia relacionar a da "memória ancestral", bem como com a ideia de "turning point", quando se trata de um poema tão cheio de oscilações. São diversas as fases que se atravessa, com efeito, na jornada que o poema dá a ver.


Bernardo, acho que não consegui perceber as nuances dessas ocilações... Para mim, senti apenas o "crescendo", a partir do "turning point" que mencionei, rsrsrs....

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Mensagem por AlineSilvAraujo Sex Dez 16, 2016 3:14 pm

Não sei se tem muito a ver, mas percebi uma expansão também quando ele parte de seu país para falar de sua terra, a África, esse retorno se dá realmente quando ele se assume como africano, cortado de sua história e suas raízes, e se assume um recluso.

AlineSilvAraujo

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 3:16 pm

Inclusive, creio que o tempo do poema se dar na madrugada, e ele diz que de repente "um estranho orgulho" o "ilumina", parece ter para mim um significado: o de um amanhecer mesmo. Após um tempo em que as coisas são vistas de um dado modo, de repente algo acontece que ilumina e, consequentemente, modifica esse olhar...

raquelandrade

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Mensagem por Admin Sex Dez 16, 2016 3:23 pm

Já temos um novo tópico. Voltaremos à questão do "turning point" na terceira parte do debate.

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Mensagem por AlineSilvAraujo Sex Dez 16, 2016 3:24 pm

raquelandrade escreveu:Inclusive, creio que o tempo do poema se dar na madrugada, e ele diz que de repente "um estranho orgulho" o "ilumina", parece ter para mim um significado: o de um amanhecer mesmo. Após um tempo em que as coisas são vistas de um dado modo, de repente algo acontece que ilumina e, consequentemente, modifica esse olhar...
também percebi esse tom onírico

AlineSilvAraujo

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Mensagem por Lídia Generoso Sex Dez 16, 2016 3:26 pm

Eu acho complicado, porque eu consegui sentir as oscilações, mas quando vou olhar o poema com mais atenção pra identificá-las e explicá-las aqui no fórum, não consigo. Acho que são movimentos bem sutis, que brincam com as imagens e afetos causados pelo poema, como aqui na estrofe 26:

"E não são unicamente as bocas que cantam, [aqui começa a expansão] mas as mãos, os pés, as nádegas, os sexos, e a criatura inteira que se liquefaz em sons, voz e ritmo.

Chegando ao ápice de sua ascenção, a alegria arrebenta como uma núvem. [aqui começa uma depressão] Os cantos não param, mas rolam agora inquietos e pesados pelos vales do medo, os túneis da angústia e os fogos do inferno.

Cada um põe-se a comer o pão que o diabo mais próximo amassou até que o medo se desfaça insensivelmente nos finos areais do sonho, [mais uma expansão começa aqui] e vive-se verdadeiramente como num sonho, e bebe-se e grita-se e canta-se como num sonho, [...]"

E assim pode-se ir lendo o poema como um todo, nesse movimento de construção contraditória e oscilante.

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Mensagem por Camila Dias Sex Dez 16, 2016 3:26 pm

Eu senti nesses movimentos de onda, me chegaram com a imagem do mar, como a própria proposta da poesia, de um desejo do texto, do narrador, não sei muito bem, de estar em também em trânsito. Ora parece querer dizer ao mundo, gritar, ele diz, o que se passou e se passa ainda - toda a geografia, as ruas, o corpo, a cidade, tudo se impregna de sangue e morte -, ora quer se impor enquanto sujeito negro e que os europeus terão que engolir, mas os negros não mais engolirão os europeus...

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Mensagem por Camila Dias Sex Dez 16, 2016 3:27 pm

Eu senti nesses movimentos de onda, me chegaram com a imagem do mar, como a própria proposta da poesia, de um desejo do texto, do narrador, não sei muito bem, de estar em também em trânsito. Ora parece querer dizer ao mundo, gritar, ele diz, o que se passou e se passa ainda - toda a geografia, as ruas, o corpo, a cidade, tudo se impregna de sangue e morte -, ora quer se impor enquanto sujeito negro e que os europeus terão que engolir, mas os negros não mais engolirão os europeus...

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