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Parte III - Terceiro grande movimento

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Mensagem por Admin Sex Dez 16, 2016 4:27 pm

Bem, caminhemos para o final, para pensar o terceiro grande movimento. Uma boa forma de começar seria observar que se inicia, ainda, no âmbito de uma sístole, mas a qual, prolongando a vontade de revisão, de autocrítica, e, ao mesmo tempo, abrindo-se a uma “projeção para o porvir”, orienta o narrador para a busca pelo “verdadeiro sentido de sua negritude”. Um movimento ascensional, então, tem lugar, mais sublinhadamente, a partir da estrofe 116, em que o discurso vai se tornando exaltante, com as definições da negritude se multiplicando (vejam-se as estrofes 120 e 121) e se relacionando a uma “prece viril” (estrofe 130), na qual, mais solidamente do que antes, através da aceitação da “soma de toda a experiência coletiva dos negros” – dessa “raça única”, que compartilha, todavia, a “fome universal” e a “sede universal” (estrofe 133) –, o narrador ultrapassaria “a ilusão da negritude triunfante”. Ao final do poema, confirmar-se-ia “o impulso vitorioso e ascendente”, sendo “de pé” e “livre” (estrofes 173-175), que a “negrada” (estrofe 173) se manifestaria, em fusão com o eu do poema, aberto, como “nós furiosos”, projetados para o futuro, a um “novo crescimento” (estrofe 180).

Para terminar, pensemos mais alguns minutos sobre essa terceira e última parte do poema, acompanhando, novamente, os seus submovimentos, e procurando compreender como se define, finalmente, no texto, a negritude de Césaire, em sua relação fundamental com o passado, com o presente e com o futuro, de que fala o poeta.

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 4:39 pm

A partir da estrofe 116, creio haver um "jogo de luz": ele não fala tanto da madrugada. Agora o autor fala da chegada de uma luz... Como disse antes, acho essa imagem significativa, uma simbologia de um despertar, de um amanhecer...

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Mensagem por Admin Sex Dez 16, 2016 4:48 pm

É, de fato, um momento importante, esse da estrofe 116. Podemos também lembrar o barco bêbado, de Rimbaud, com a leitura da estrofe 115: o narrador se desprende, jogando ao mar, suas "riquezas peregrinas" e "falsidades autênticas". O discurso, preservando a sua ambiguidade, continua em movimento.

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 4:49 pm

Estrofe 116: "mas que estranho orgulho de repente me ilumina?"

Estrofe 120: "ó luz amiga
ó fresca fonte da luz"

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Mensagem por iurybelchior Sex Dez 16, 2016 4:50 pm

É um movimento espiral que se esgota ou se espraia. Ele parte das negações (120) e vai em busca do que ela - a negritude - possa ser. O interessante é que o extremo desse ponto de fusão que atinge o seu uso do NÓS (180) aniquila com a velha noção de identidade. Durante o percurso, cada vez mais ele está aberto. Mesmo assim, esse fenômeno de "aberturidade" não destrói por completo o que poderíamos reconhecer como um particular. Por isso pensei num espiral. Essa amplitude em matéria de tendências universais, do famigerado paradoxo de ser gota dágua no oceano, representa, penso eu, um movimento de ser via não-sendo. Seria como se pensássemos no caso clássico do não ente para a filosofia. Um ser que é não-sendo. É claro que aqui falo de forma subjetiva o que o poeta demonstra com movimentos muito sinuosos, compondo belas imagens. O grande problema disso é que se tentarmos validar uma tese nas suas colocações certamente ela nos escapará. A poesia não tem compromisso com o logos. Isso não significa que a negritude não possa ser pensada através da mesma. Só através dessas peripécias poéticas é que ela pode ser refletida. A negritude se eleva a noção de um não-pensamento.

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Mensagem por iurybelchior Sex Dez 16, 2016 4:52 pm

É engraçado, Bernardo. Por um momento essa estrofe 116 que a Raquel mencionou reforçou o que tinha pensado e o que tenho tentado trabalhar no meu trabalho final, uma espécie de iluminação graças a uma luz negra, uma obscuridade... Essa epifania só é possível porque ele percorreu todo o percurso. Cultivou o espírito, eu diria.

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 4:54 pm

Na estrofe 126 ele fala sobre o "mundo branco cansado de seu esforço imenso"... Nesse momento, parece que ele descortina esse mundo branco e consegue vê-lo com suas imperfeições. Tenho a sensação de que, neste momento, ele percebe (ou faz notar) que o "mundo branco" também tem suas falhas...

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Mensagem por iurybelchior Sex Dez 16, 2016 4:57 pm

Por fim, acredito que essa sublimação identitária tem efeito imenso no mundo da vida. Ela representa uma autonomia que só poderia ser alcançada através da poesia, pela forma de pensamento superior que ela engendra. A lógica ou a razão, a filosofia sistemática, jamais poderia iluminar essa verdade. Esse é o grande feito político do manifesto surrealista!
PS - desculpem minha empolgação quando entro nesses assuntos.

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 4:58 pm

E na estrofe seguinte, após falar sobre "o mundo branco cansado", ele parece louvar os negros, dizendo "eia" e uma série de frases que parecem se relacionar aos negros. Parece um movimento de percepção, simultaneamente, de que há muitas falhas no mundo branco e muitos méritos no mundo negro.

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Mensagem por AlineSilvAraujo Sex Dez 16, 2016 4:59 pm

Penso que a negritude em Césaire seria também sua relação com África, enquanto homem negro ele se volta para suas raízes ou o que sobreviveu delas. Breton fala no Manifesto de uma volta a uma zona recuada da existência, de uma recuperação de algo de que perdeu, essa relação de Césaire com o passado seria uma espécie de recuperação?

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Mensagem por iurybelchior Sex Dez 16, 2016 5:00 pm

raquelandrade escreveu:Na estrofe 126 ele fala sobre o "mundo branco cansado de seu esforço imenso"... Nesse momento, parece que ele descortina esse mundo branco e consegue vê-lo com suas imperfeições. Tenho a sensação de que, neste momento, ele percebe (ou faz notar) que o "mundo branco" também tem suas falhas...

É uma puta crítica ao progresso, ao desempenho da Razão. Tambem acho que uma crítica, consequentemente, ao nosso paradigma moral. Nosso progresso branco e civilizado é uma catedral em ruínas.

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 5:00 pm

iurybelchior escreveu:Por fim, acredito que essa sublimação identitária tem efeito imenso no mundo da vida. Ela representa uma autonomia que só poderia ser alcançada através da poesia, pela forma de pensamento superior que ela engendra. A lógica ou a razão, a filosofia sistemática, jamais poderia iluminar essa verdade. Esse é o grande feito político do manifesto surrealista!
PS - desculpem minha empolgação quando entro nesses assuntos.

Iury, entendo sua empolgação, sofro do mesmo mal, rsrsrs...
Inclusive, retomando o que você disse sobre a epifania diante da luz, essa figura aparece em The Dead, de James Joyce, mas a epifania se dá diante de outro elemento natural, a neve...

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Mensagem por iurybelchior Sex Dez 16, 2016 5:04 pm

AlineSilvAraujo escreveu:Penso que a negritude em Césaire seria também sua relação com África, enquanto homem negro ele se volta para suas raízes ou o que sobreviveu delas. Breton fala no Manifesto de uma volta a uma zona recuada da existência, de uma recuperação de algo de que perdeu, essa relação de Césaire com o passado seria uma espécie de recuperação?

Só que essa busca pela origem é também uma invenção da origem, por isso desencantos e ilusões...

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Mensagem por Admin Sex Dez 16, 2016 5:04 pm

iurybelchior escreveu:Por fim, acredito que essa sublimação identitária tem efeito imenso no mundo da vida. Ela representa uma autonomia que só poderia ser alcançada através da poesia, pela forma de pensamento superior que ela engendra. A lógica ou a razão, a filosofia sistemática, jamais poderia iluminar essa verdade. Esse é o grande feito político do manifesto surrealista!
PS - desculpem minha empolgação quando entro nesses assuntos.

Aqui você está bem próximo das reflexões de Rancière sobre o "inconsciente estético": seria uma "pulsão dionisíaca" o que fundamenta a aventura de retorno de Cèsaire ao país natal, que é um retorno a si mesmo, a um mundo, em grande medida, "obscuro, subterrâneo e desprovido de sentido".

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 5:08 pm

Acho interessante um movimento que ele faz de aceitação e de querer se preservar do ódio. Faz lembrar Mandela: uma busca por identidade mas que não se paute no ódio.

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Mensagem por Admin Sex Dez 16, 2016 5:09 pm

AlineSilvAraujo escreveu:Penso que a negritude em Césaire seria também sua relação com África, enquanto homem negro ele se volta para suas raízes ou o que sobreviveu delas. Breton fala no Manifesto de uma volta a uma zona recuada da existência, de uma recuperação de algo de que perdeu, essa relação de Césaire com o passado seria uma espécie de recuperação?

Com certeza, Aline, há um desejo de recuperação, que é também incorporação dos contrastes de que a negritude se faz. Por que ela é feita de contrastes é que não pode ser apenas "triunfante". É interessante, com relação a essa incorporação, a repetição do verbo "aceito", em várias estrofes, a partir da 153.

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Mensagem por Lídia Generoso Sex Dez 16, 2016 5:10 pm

raquelandrade escreveu:Acho interessante um movimento que ele faz de aceitação e de querer se preservar do ódio. Faz lembrar Mandela: uma busca por identidade mas que não se paute no ódio.

Sim, e isso fica bastante claro em estrofes como a 141: "sou apenas um homem que aceita já sem cólera
(no coração só tem amor imenso, e que queima)"

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Mensagem por Admin Sex Dez 16, 2016 5:11 pm

iurybelchior escreveu:
AlineSilvAraujo escreveu:Penso que a negritude em Césaire seria também sua relação com África, enquanto homem negro ele se volta para suas raízes ou o que sobreviveu delas. Breton fala no Manifesto de uma volta a uma zona recuada da existência, de uma recuperação de algo de que perdeu, essa relação de Césaire com o passado seria uma espécie de recuperação?

Só que essa busca pela origem é também uma invenção da origem, por isso desencantos e ilusões...

Sim, é invenção e é voltada para o futuro. Há uma dimensão prospectiva, aqui.

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 5:11 pm

Lídia Generoso escreveu:
raquelandrade escreveu:Acho interessante um movimento que ele faz de aceitação e de querer se preservar do ódio. Faz lembrar Mandela: uma busca por identidade mas que não se paute no ódio.

Sim, e isso fica bastante claro em estrofes como a 141: "sou apenas um homem que aceita já sem cólera
(no coração só tem amor imenso, e que queima)"

Exato, Lídia! Parece uma reconciliação com o mundo, consigo mesmo, não é?

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Mensagem por Admin Sex Dez 16, 2016 5:14 pm

raquelandrade escreveu:Acho interessante um movimento que ele faz de aceitação e de querer se preservar do ódio. Faz lembrar Mandela: uma busca por identidade mas que não se paute no ódio.

E é com isso que Césaire vai se abrindo para a ideia de universal, para a ideia de uma revolução que valha para todos os homens, pois é "pela fome universal / pela sede universal" (p. 69).

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Mensagem por Admin Sex Dez 16, 2016 5:24 pm

Antes da parte em que começa a aparecer a repetição de "de pé" (estrofe 173), fala-se da superação de uma "velha negritude", que, "progressivamente se cadaveriza" (p. 83). Há uma certa ironia complexa, em alguns trechos, como aquele em que se diz "hurra!" para quem "era um negro bom, muito bom", "que não tinha poder sobre o seu próprio destino" (p. 83). A ironia é complexa porque há um distanciamento do sujeito que fala, em relação a esse "negro bom", mas ele também precisa ser incorporado, no movimento dialético da "nova" negritude.

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 5:27 pm

Admin escreveu:Antes da parte em que começa a aparecer a repetição de "de pé" (estrofe 173), fala-se da superação de uma "velha negritude", que, "progressivamente se cadaveriza" (p. 83). Há uma certa ironia complexa, em alguns trechos, como aquele em que se diz "hurra!" para quem "era um negro bom, muito bom", "que não tinha poder sobre o seu próprio destino" (p. 83). A ironia é complexa porque há um distanciamento do sujeito que fala, em relação a esse "negro bom", mas ele também precisa ser incorporado, no movimento dialético da "nova" negritude.

Essa ironia me parece ser, além de uma crítica ao negro que se coloca (ou se deixa colocar) em uma posição servil, também uma proposta, um projeto, de como deve ser a "nova" negritude. Ele parece apontar um caminho: ainda que preservado do ódio, como dito antes, mas com uma postura mais ativa, mais auto confiante.

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Mensagem por Admin Sex Dez 16, 2016 5:31 pm

raquelandrade escreveu:
Admin escreveu:Antes da parte em que começa a aparecer a repetição de "de pé" (estrofe 173), fala-se da superação de uma "velha negritude", que, "progressivamente se cadaveriza" (p. 83). Há uma certa ironia complexa, em alguns trechos, como aquele em que se diz "hurra!" para quem "era um negro bom, muito bom", "que não tinha poder sobre o seu próprio destino" (p. 83). A ironia é complexa porque há um distanciamento do sujeito que fala, em relação a esse "negro bom", mas ele também precisa ser incorporado, no movimento dialético da "nova" negritude.

Essa ironia me parece ser, além de uma crítica ao negro que se coloca (ou se deixa colocar) em uma posição servil, também uma proposta, um projeto, de como deve ser a "nova" negritude. Ele parece apontar um caminho: ainda que preservado do ódio, como dito antes, mas com uma postura mais ativa, mais auto confiante.

Sim: "de pé
e
livre"

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Mensagem por raquelandrade Sex Dez 16, 2016 5:32 pm

A estrofe 159 fala de "força e vida" que o assaltam... Há um otimismo nesse momento, uma inundação de esperança... Mas posso estar enganada, pode ser de repente apenas uma euforia passageira, como outrora...

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Mensagem por Admin Sex Dez 16, 2016 5:34 pm

iurybelchior escreveu:Por fim, acredito que essa sublimação identitária tem efeito imenso no mundo da vida. Ela representa uma autonomia que só poderia ser alcançada através da poesia, pela forma de pensamento superior que ela engendra. A lógica ou a razão, a filosofia sistemática, jamais poderia iluminar essa verdade. Esse é o grande feito político do manifesto surrealista!
PS - desculpem minha empolgação quando entro nesses assuntos.

Na estrofe 150, lê-se: "Razão renitente não me impedirás de lançar / absurdo sobre as águas ao sabor das correntes da minha sede" (p. 77).

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